Empreendedorismo Social

Primeiramente, antes de se discutir o assunto de empreendedorismo social, é preciso mencionar que, cada vez mais, as organizações se aproximam da sociedade, já que elas estão mais conectadas ao contexto atual e seus acontecimentos. Os serviços prestados pelas empresas precisam melhorar a qualidade de vida das pessoas, ou seja, seus bens e serviços devem promover o avanço e o bem-estar da sociedade, a partir da resolução de problemas reais, o que revela uma forte tendência mundial.

A ideia de empresa social ou negócios sociais surgiu do banqueiro e economista bengali Muhammad Yunus, na década de 1970. Para ele, uma empresa que resolve problemas é capaz de oferecer um produto para potencializar o propósito de vida das pessoas e, consequentemente, cobrir seu próprio custo. Ou seja, tal negócio não deve depender de doações para se sustentar financeiramente, pois o foco é potencializar sua rentabilidade com persistência e perseverança.

Por exemplo, um negócio social pode ser aquele que produz um serviço que se preocupa com pessoas de baixa renda e com as desigualdades. Para isso, ela oferece produtos alimentícios, com preço acessível, para quem tem intolerância ou que precisa consumir alimentos mais nutritivos, cursos gratuitos, roupas e acessórios feitos com base na sustentabilidade, oportunidades para pessoas especiais etc.

Nesse sentido, uma empresa social é aquela que deseja lucrar, contudo, com uma “pegada” social. Esse tipo de organização está preocupado com a sociedade e sua atuação e, portanto, com a resolução dos problemas sociais. Dessa forma, a sustentabilidade e a saúde financeira são elementos fundamentais para garantir seu funcionamento e o bom andamento dos negócios sociais, e o lucro não é considerado a atividade principal, isto é, o lucro e o modelo de negócio têm o mesmo peso e importância.

Então, para abrir uma empresa social é necessário seguir as regras de abertura de uma empresa como qualquer outra. Seus colaboradores devem ser registrados conforme determinação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), seguir as regras do contrato de prestação de serviços autônomos e terceirizados, além de se registrar na Junta Comercial de sua cidade e seguir as regras de contabilidade geral. 

No contrato social, devem constar os objetivos da organização, suas atividades e como elas serão executadas, além de sua missão, visão e valores. A empresa social pode atuar em qualquer área, mas sua equipe deve ser especialista no assunto, para garantir uma boa e adequada prestação de serviços e desenvolvimento de produtos. Então, é fundamental que a organização desenvolva um bom planejamento de atuação, para assegurar os benefícios de seus serviços à comunidade, à sociedade e ao mundo inteiro.

É interessante destacar que uma empresa social pode atuar em qualquer área e sua motivação está baseada em uma causa. Assim, a existência das empresas sociais fortalece as iniciativas, a partir da geração de qualidade de vida para o entorno e para a coletividade. Isso afeta as relações sociais e de trabalho, uma vez que as atividades são pensadas e realizadas em rede, através de parcerias, revelando uma forte preocupação com a cadeia produtiva, com seus fornecedores, com a articulação de políticas públicas e de um planejamento de gestão que precisa ser inovador.

Como utilizar os mecanismos de mercado para resolver um problema social?

Sabe-se que o impacto causado pelas organizações na sociedade é enorme e bastante significativo e, por isso, elas devem ser avaliadas frequentemente. Isso faz com que as empresas atuem de forma mais responsiva e isso tem peso na vida das pessoas, pois as ações podem promover mudanças permanentes, verdadeiras e sólidas.

O empreendedorismo social se baseia em três pilares, sendo eles: identificação da desigualdade, criação de um novo equilíbrio e identificação de uma oportunidade. Com base nesses pilares, os princípios dos negócios sociais estão voltados para a empatia, responsabilidade, inovação, tecnologias e suas aplicações, o que humaniza o atendimento à sociedade e ao propósito de vida de todos.

Para que os mecanismos de mercado consigam resolver os problemas da sociedade, é preciso criar vínculos mais atrativos, a fim de refletir sobre a tomada de decisão e sobre as demandas do mercado e da sociedade, tornando esses espaços muito melhores, mais democráticos e também inclusivos. Ou seja, o lucro da empresa torna-se social, na medida em que ela se compromete verdadeiramente com as pessoas e seus problemas.

Para empreender aliado ao propósito de vida das pessoas, é preciso planejamento, organização, estudo e pesquisa de mercado, o que potencializa a atuação do indivíduo na sociedade, respeitando as vivências de cada um, tornando-o protagonista de sua própria história.

Como fortalecer as iniciativas do Empreendedorismo Social?

As organizações que se preocupam com iniciativas para a promoção da sociedade buscam desenvolver programas de responsabilidade social. Para tal, elas desenvolvem a estratégia com ética e cooperação, pensando em reduzir a desigualdade e fortalecer a transformação social em longo prazo.

O empreendedor social precisa definir muito bem o problema e se envolver com ele, para conseguir que o negócio cause um impacto significativo na vida das pessoas, das comunidades locais, da sociedade e do mundo inteiro. Dessa maneira, as empresas procuram garantir decisões mais responsáveis, econômicas e inclusivas e que atendam a todos. Seus efeitos podem ser notados no cenário atual e também no futuro e uma das formas de se fazer isso é criando canais de comunicação com o público, para identificar o problema e desenvolver uma estratégia mais assertiva.

Para tal, é importante definir novas metas, soluções e líderes, repensar o que já foi feito, para minimizar e mapear, cada vez mais, os problemas. É necessário ressaltar que esse novo modelo de negócio não tem a intenção de substituir as Ongs, mas sim de mudar o rumo da realidade do país. No Brasil, esse tipo de negócio tem ganhado força, revertendo, cada vez mais, o empreendedorismo capitalista.

Portanto, a iniciativa do empreendedorismo social é unir a ideia de mudar o mundo à necessidade de ganhar dinheiro, e as empresas que não desenvolvem uma política social tendem a desaparecer, pois os consumidores de seus produtos e serviços escolhem onde, como e em que investir seu dinheiro.

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